segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O Amor do Barroco à Pop-Art




Esse vídeo, feito por mim, mostra pinturas que retratam o amor na sociedade Ocidental desde o século XVIII até o século XX.

A trilha sonora são as canções
Der Kuss com música de Ludwig van Beethoven e letra de Carl Friedrich Weisse, e
O meine Herze do Lieder Zyclus (ciclo de canções) Frauenliebe und Leben, com música de Robert Alexander Schumann sobre poema de Adelbert von Chamisso.

Sou simplesmente viciada em arte, principalmente pintura, logo, todos esses quadros vieram de meu acervo digital (de mais de 3000 arquivos do gênero!!!). Qualquer dúvida sobre informações da obra (título, data, autor p.e.), entre em contato, será um prazer.

Carolina Marx

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Afinal, Carnaval!


Caríssimos amigos, chega enfim o Carnaval!

Por que será que essa festa atrai tanto fascínio, entre camadas sociais e tipos diametralmente opostos? Talvez pela possibilidade de ser o que quiser, fazer diabruras sem ser alvo da hipocrisia e do controle social, afinal, é Carnaval, e quem se importa?
Estou lendo “O conde de Monte Cristo” de Alexandre Dumas le père, e coincidentemente alcancei por esses dias a parte em que se comemora o Carnaval em Roma, em meados do século 19, e pude perceber semelhanças e disparidades entre as époques:

1)No carnaval antigo, não havia nudez (é óbvio, eu sei), mas as moças se permitiam muito mais faceirice nesses dias, por exemplo, elas podiam iniciar o flerte, invertendo as posições habituais de gênero vigentes

2)Pelo relato de Dumas, as senhoritas e os rapazes que possuíam título de nobreza adoravam sair fantasiados de simples camponeses, o que se assemelha às inversões sociais que ocorrem nos nossos carnavais: o rico e o pobre magicamente se igualam ou se invertem, subvertendo valores corriqueiros, o que prova o caráter democrático da festa

3)Já haviam os “confetes” durante o carnaval de rua em Roma, mas consistiam em balas (doce/confeito...), ovos, farinha e bouquets de flores(estes destinados ao flerte e à galanterie)

4)No século XIX, o carnaval, mesmo o ao ar livre (de rua), era uma grande masquerade, ou seja “baile de máscaras”: a máscara fazia parte da fantasia, sempre.

5)Sem cometer anacronismos, digo-lhes que a partir de detalhadas análises feitas, o Canaval pouco mudou em sua essência e forma de comemorar, há pelo menos 150 anos.

EVOÉ A TODOS!!!!!

Entretanto, para que se possa comemorar um maior número de carnavais:
1-Se beber, não dirija
2-Cerveja NÃO “mata a sede”, beba água, chás, sucos: hidratação é essencial num verão devastador como esse (não vai querer terminar a festa no hospital,vai?)
3-Para pintar a pele, use tintas FEITAS PARA TAL, ou poderá ocorrer morte por hipertermia
4-Use camisinha: o vírus HIV e outros agentes patológicos venéreos não estão de férias, e não perdoarão o descuido só porque você está.......

(Não iria me perdoar caso esquecesse a minha função social!)

Agora sim, bom Carnaval a todos!!!!!! Deixei algumas imagens para ilustrar a crônica e para o deleite visual dos senhores.......

Carolina Marx




quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Seio de virgem- Alvares de Azevedo


Quand on te voit, il vient à maints
Une envie dedans tes mains
De te tâter, de te tenir...
CLÉMENT MAROT


O que sonho noite e dia,
E à alma traz-me poesia
E me torna a vida bela...
O que num brando roçar
Faz meu peito se agitar,
É o teu seio, donzela!

Oh! quem pintara o cetim
Desses limões de marfim,
Os leves cerúleos veios
Na brancura deslumbrante
E o tremido de teus seios?

Quando os vejo... de paixão
Sinto pruridos na mão
De os apalpar e conter...
Sorriste do meu desejo?
Loucura! bastava um beijo
Para neles se morrer!

Minhas ternuras, donzela,
Voltei-as à forma bela
Daqueles frutos de neve...
Ai!... duas cândidas flores
Que o pressentir dos amores
Faz palpitarem de leve.

Mimosos seios, mimosos,
Que dizem voluptuosos:
"Amai, poetas, amai!
Que misteriosas venturas
Dormem nessas rosas puras
E se acordarão num ai!"

Que lírio, que nívea rosa,
Ou camélia cetinosa
Tem uma brancura assim?
Que flor da terra ou do céu,
Que valha do seio teu
Esse morango ou rubim?

Quantos encantos sonhados
Sinto estremecer velados
Por teu cândido vestido!
Sem ver teu seio, donzela,
Suas delícias revela
O poeta embevecido!

Donzela, feliz do amante
que teu seio palpitante
Seio d'esposa fizer!
Que dessa forma tão pura
Fizer com mais formosura
Seio de bela mulher!

Feliz de mim... porém não!...
Repouse teu coração
Da pureza no rosal!
Tenho no peito um aroma
Que valha a rosa que assoma
No teu seio virginal?...

Álvares de Azevedo

Crime e Castigo - Filme soviético de 1969



Crime e castigo é sem dúvida um dos romances mais celebrados de Dostoievski, que encontra todos os seus traços característicos, seja nos delírios de Raskolnikov, na pureza de coração de Sônia, na loucura de Svidrigailov, na miséria de Marmieladov, na tuberculose de Katierina, e na coragem de Dúnia, por exemplo. Geralmente, leio livros ao invés de assistir ao filme (tem muita gente que prefere o contrário), pois acho que com adaptações principalmente aquelas adotadas para o grand publique, acabam por desviar-se muito do original. Em adaptações cinematográficas desviar-se é inevitável, mas pude perceber na adaptação cinematográfica de Crime e castigo em 1969, que é possível filmar literatura com perfeição. Na versão soviética, Georgi Taratorkin (foto) é um Raskolnikov impecável: belo, pálido, doentio, inteligente e altivo, e sofre com tanto realismo, que parece ter encarnado deveras o atormentado personagem. Por incrível que pareça, TODOS os atores cabem muitíssimo bem ao personagem.
Apesar de Tatiana Belova ser uma Sônia magnífica, a minha personagem feminina favorita é Avdótia Romanovna Raskolnikova, a irmã do protagonista, e a cena do revólver com Svidrigailov é a mimesis do capítulo original, com tanta força e expressão que conseguem elevar o filme ao mesmo patamar do livro. Surpreendente...

Assistir ao filme no YouTube

Così fan Tutte

Hoje, falarei um pouco sobre uma de minhas maiores paixões: a ópera! E começo por Così fan tutte (Assim fazem todas), do Mozart.

O libretto é um pouco confuso à primeira vista, e também um tanto quanto ousado para sua época (1790), pois demonstra a inconstância e a infidelidade feminina. Duas irmãs, Fiordiligi e Dorabella estão noivas de dois jovens oficiais, Guglielmo e Ferrando. Os dois, após o filósofo Don Alfonso lhes dizer que todas as mulheres, sem exceção traem, resolvem testar suas amadas, disfarçando-se de albaneses e tentanto seduzir um a noiva do outro. A princípio elas resistem, mas Despina, a camareira delas, uma espécie de Mefistófeles de saias, as induz através de métodos de galanterie a trair, e elas acabam o fazendo, demonstrando que a teoria do velho filósofo estava realmente correta. No final, desfeitos os mal-entendidos, os casais se reconciliam e tudo permanece como antes.

Muitas leituras podem ser feitas a partir dessa obra, uma delas é que ao abordar os relacionamentos amorosos de uma forma mais realista, o libretto acaba por negar e satirizar a visão idealista predominante na época nos melodramas.

Apesar de algumas correntes defenderem um ponto de vista machista na obra, devido à inconstância feminina, ainda prefiro a primeira versão, pois Guglielmo e Ferrando também “traíram” de certa forma enquanto testavam a fidelidade de suas noivas, o que muitos nem percebem.

Para fechar, um vídeo do dueto entre Guglielmo e Dorabella, "Il core vi dono", quando ele consegue seduzi-la. Essa versão é a melhor na minha opinião.


http://www.youtube.com/watch?v=KWsMzlJL9WY&


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Pré- Romantismo


O Pré-Romantismo caracteriza-se por ser um período de transição entre o Rococó –derivação do Barroco, sendo este levado ao extremo– e o Romantismo propriamente dito, ocorrido entre as últimas décadas do século XVIII, o Século das Luzes, e as primeiras do XIX (1780-1820 aproximadamente). O movimento é contemporâneo ao Neoclassicismo, e por situar-se em um período de transição, não possui características bem definidas, apesar de vários artistas terem tido contato e trocado idéias a respeito de suas convicções e ideais.
Desde 1789, ano de início da Revolução Francesa, a sociedade européia passava por um turbilhão de mudanças na sociedade, e os sólidos alicerces da nobreza começavam a ruir, fazendo emergir uma nova classe social que iria ser a nova protagonista da História a partir de então: a burguesia.
Os valores burgueses mudaram até mesmo a moda da época, substituindo a volumosa e complicada indumentária das damas da corte, abundante em laços e rendas, com incômodos e apertadíssimos espartilhos por uma forma bem mais simples de se vestir. As moças adotaram o vestido-camisa, de musselina geralmente em cores claras, com o mínimo de saias adicionais e roupa-de-baixo, e os cabelos ao natural em contrapartida às perucas extravagantes do período anterior. Os homens passam a preferir cores mais sóbrias, como o preto, em lugar dos vistosos tecidos coloridos outrora empregados, e o jabô de renda dá lugar a um laço mais simples, que deu origem à atual gravata, e abandonam a peruca passando a usar o cabelo curto e ondulado.
A luta contra a tirania, a valorização do eu, o foco nos sentimentos e paixões humanas em detrimento da caracterização coletiva, a inquietação do homem moderno a respeito de sua condição, a identificação com a natureza e o prelúdio de um nacionalismo que viria a se expressar com mais intensidade no Romantismo são as principais temáticas abordadas pelos escritores, poetas, filósofos, pintores e compositores da época.
Os primeiros românticos –os poetas e filósofos inicialmente, depois os artistas e músicos- começaram por ter ideais elevados: os acontecimentos externos, a luta contra Napoleão e a esperança de se tornarem uma nação, juntamente com a emancipação do indivíduo, iriam originar um mundo novo e melhor. Contudo, a realidade social era um obstáculo a tais ambições.

Carolina Marx

Sobre o título

“Sementes de Papoula” é um título bizarro, tenho plena consciência. A propósito, as tais sementes são amplamente utilizadas nas culinárias Russa, tártara e européia em geral, na confecção de bolos, pães por exemplo.


A respeito do blog, eu o criei para falar sobre Arte, Literatura, Música, Filosofia, Atualidades, Sonhos, Política, o Inconsciente, a Loucura, enfim, tudo aquilo que é inerente ao ser humano, seus desejos, anseios, angústias e deleites.


Saúdo os caros leitores.

Carolina Marx