sexta-feira, 24 de junho de 2011

Homens belos

Nessa postagem gostaria de homenagear a beleza masculina, e, claro aqueles que não apenas são belos como talentosos também! São meus musos inspiradores, devo dizer. Admiro a arte e a beleza deles.

Apreciem.

Ps.: Rapazes, em breve farei uma postagem sobre belas mulheres!

Dan Stulbach, Ator

Dietrich Fischer-Dieskau, cantor barítono (meu favorito)

Álvares de Azevedo, poeta ultrarromântico

Alex Kapranos da banda Franz Ferdinand


Ezra Koenig da banda Vampire Weekend



Matthew Macfadyen, ator (O Mr Darcy de Pride & Prejudice)



Paul McCartney, da banda The Beatles


Elvis Presley

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Mephisto (1981) de István Szabó

“Ich bin nur ein Schauspieler!”





O filme narra a história de um ator provinciano que utiliza as possibilidades de ascensão em sua carreira durante o Nazismo na Alemanha representando os ideais do regime, apesar de sua -aparente- alienação política. A história do filme baseia-se no livro Mephisto (1936) de Klaus Mann, que narra a biografia de seu cunhado, o ator Gustaf Gründgens, o qual fazia especial sucesso sob a pele do Mephisto de Fausto, uma das poucas peças que não eram censuradas a época, talvez por não ter conteúdo político e por representar “uma obra-prima criada por um alemão legítimo, ou seja, Arte Alemã”.





O filme retrata muito bem a questão da dicotomia Bem X Mal que todos carregam em seu interior, e a luta interior de Hendrik Höfgen (Klaus Maria Brandauer) entre o sucesso que sempre desejou e agora que caiu nas graças do 1º Ministro o obtém, e sua consciência que percebe que ele está vendendo sua alma a um regime assassino e monstruoso. Apesar de interpretar com maestria o demônio Mephisto e representar o Povo Alemão durante o III Reich, ele tem os olhos doces e meigos e o aperto de mão suave, como é dito no filme. Na verdade, o verdadeiro Mephisto da história, é o 1º ministro, pois é ele quem faz o papel de sedução competente a forças malignas em nossa cultura - isso sem esquecer o cargo que ele ocupa e em que regime!.





Hendrik é na verdade Fausto, pois apesar de sua sede por fama, poder e prestígio, arrogância e vaidade, é um homem com um bom coração, que todo o tempo afirma a si mesmo “Ich bin nur ein Schauspieler!” (Sou apenas um ator!), uma frase que considero a síntese da obra. Ele tenta se convencer de que um ator sempre será um ator, independente de época ou regime político, e que sua vida é nos palcos, dentro do teatro, e não metido com discussões políticas, no entanto, essa linha de raciocínio que ele usa para convencer as pessoas à sua volta acaba por não convencer nem a si mesmo. Boa parte do filme foca nesse embate psicológico entre o Fausto e o Mephisto interiores de Hendrik.





Um ponto do filme que eu particularmente percebi, mas não sei se condiz com as intenções do filme foi quanto a uma suposta homossexualidade de Hendrik, demonstrada por meio de gestos e jeitos do personagem, e que poderia ter relação com o Mephisto da vida real, Gustaf Gründgens, que era homossexual, apesar de casado com a irmã do autor (apesar disso não constar no livro para evitar problemas). Percebe-se também um imenso narcisismo e megalomania do personagem, em diversos momentos, mas também não sei se foi intensional.





Enfim, um belo filme que explora a filosofia, psicologia humana e ainda tem trechos de encenação do Fausto de Goethe (que já li três vezes e venero!), e que nos ajuda a perceber que todos somos tal qual Hendrik: um amálgama de Fausto e Mephisto em eterno conflito e coexistência. E ganhou o Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro em 1982.










































quarta-feira, 15 de junho de 2011

Faust, de F. W. Murnau, 1926

O filme em questão, apesar de ser uma adaptação do clássico Fausto de Johann Wolfgang von Goethe, é a adaptação definitiva, pois capta a essência do livro.

Tanto Goethe quanto Murnau exaltam o otimismo em relação ao humano: desde que haja amor -Liebe!- haverá salvação.

É o segundo filme de Murnau que assisto, depois do seu famigerado Nosferatu tao maravilhoso quanto Faust.

Ao ler o nome de Emil Jannings como Mephisto sabia já haver ouvido esse nome: é o professor Rath d' O anjo azul, que contracena com a jovem Marlene Dietrich. Percebemos o imenso talento do ator ao assistir os dois filmes, pois num filme mudo e outro já com fala e em papeis completamente diferentes (o demoníaco Mephisto e o tímido e inocente Professor), demonstrando toda sua versatilidade.

Infelizmente, Herr Jannings envolveu-se com o regime Nazista fazendo inúmeros filmes de propaganda, o que fez com que não conseguisse mais atuar após a 2a Guerra Mundial, uma pena!

Camilla Horn faz uma doce Gretchen, com um rostinho típico das atrizes dos anos 1920, talvez pela maquiagem, e Gösta Eckman um belíssimo e convincente Fausto, esbanjando juventude após o pacto com Mefistófeles (pelo menos nesse ponto o pacto valeu a pena!).

O filme possui fotografia com permanente jogo de luz e sombra, demonstrando visualmente a dicotomia deus X demônio, céu X inferno. Magnífico.

Deixo-vos algumas belas imagens desse filme e um -precioso- link para que os senhores assistam ao filme, agora mesmo se possível.

Saudações,
Carolina M.

Assista ao filme no YouTube



















quarta-feira, 8 de junho de 2011

Soneto ascoroso




Apenas um pequeno prólogo para explicar minha escolha nesta postagem:

Estava pensando em fazer uma postagem de Dia dos Namorados, mas achei que se colocasse coisas bonitinhas, agradáveis e açucaradas estaria sendo hipócrita e clichê. Resolvi então chocar meus leitores com um poema verdadeiro, cru, algo que os ponha a ver o lado oculto por debaixo da idealização amorosa.

Para os que acharem que isso é pura frustração de minha parte devido às minhas -muitas- desilusões amorosas, vos digo: De qualquer forma essa postagem seria mais interessante a essa data do que Álvares de Azevedo, não concorda? Pelo menos é fruto de originalidade e ímpeto de uma jovem mulher.

Divirtam-se, e feliz Dia dos Namorados, leitores.

Saudações,
Carolina M.


Piolhos cria o cabello mais dourado;
Branca remela o olho mais vistoso;
Pelo nariz do rosto mais formoso
O monco se divisa pendurado.

Pela bocca do rosto mais corado
Halito sae, às vezes bem ascoroso; [pronuncia-se "ascroso"]
A mais nevada mão sempre é forçoso
Que de sua dona o cu tenha tocado.

Ao pé delle a melhor natura mora,
Que deitando no mez podre gordura,
Fetido mijo lança a qualquer hora.

O cu mais alvo caga merda pura:
Pois si é isto o que tanto se namora,
Em ti mijo, em ti cago, ó formosura!


Este soneto, às vezes atribuido ao Abade de Jazente,
é, por sua vez, variante dum outro,
de autor anonimo do seculo XVII: