“Ich bin nur ein Schauspieler!”
O filme narra a história de um ator provinciano que utiliza as possibilidades de ascensão em sua carreira durante o Nazismo na Alemanha representando os ideais do regime, apesar de sua -aparente- alienação política. A história do filme baseia-se no livro Mephisto (1936) de Klaus Mann, que narra a biografia de seu cunhado, o ator Gustaf Gründgens, o qual fazia especial sucesso sob a pele do Mephisto de Fausto, uma das poucas peças que não eram censuradas a época, talvez por não ter conteúdo político e por representar “uma obra-prima criada por um alemão legítimo, ou seja, Arte Alemã”.
O filme retrata muito bem a questão da dicotomia Bem X Mal que todos carregam em seu interior, e a luta interior de Hendrik Höfgen (Klaus Maria Brandauer) entre o sucesso que sempre desejou e agora que caiu nas graças do 1º Ministro o obtém, e sua consciência que percebe que ele está vendendo sua alma a um regime assassino e monstruoso. Apesar de interpretar com maestria o demônio Mephisto e representar o Povo Alemão durante o III Reich, ele tem os olhos doces e meigos e o aperto de mão suave, como é dito no filme. Na verdade, o verdadeiro Mephisto da história, é o 1º ministro, pois é ele quem faz o papel de sedução competente a forças malignas em nossa cultura - isso sem esquecer o cargo que ele ocupa e em que regime!.
Hendrik é na verdade Fausto, pois apesar de sua sede por fama, poder e prestígio, arrogância e vaidade, é um homem com um bom coração, que todo o tempo afirma a si mesmo “Ich bin nur ein Schauspieler!” (Sou apenas um ator!), uma frase que considero a síntese da obra. Ele tenta se convencer de que um ator sempre será um ator, independente de época ou regime político, e que sua vida é nos palcos, dentro do teatro, e não metido com discussões políticas, no entanto, essa linha de raciocínio que ele usa para convencer as pessoas à sua volta acaba por não convencer nem a si mesmo. Boa parte do filme foca nesse embate psicológico entre o Fausto e o Mephisto interiores de Hendrik.
Um ponto do filme que eu particularmente percebi, mas não sei se condiz com as intenções do filme foi quanto a uma suposta homossexualidade de Hendrik, demonstrada por meio de gestos e jeitos do personagem, e que poderia ter relação com o Mephisto da vida real, Gustaf Gründgens, que era homossexual, apesar de casado com a irmã do autor (apesar disso não constar no livro para evitar problemas). Percebe-se também um imenso narcisismo e megalomania do personagem, em diversos momentos, mas também não sei se foi intensional.
Enfim, um belo filme que explora a filosofia, psicologia humana e ainda tem trechos de encenação do Fausto de Goethe (que já li três vezes e venero!), e que nos ajuda a perceber que todos somos tal qual Hendrik: um amálgama de Fausto e Mephisto em eterno conflito e coexistência. E ganhou o Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro em 1982.
Ameiiiiiii esse blog!
ResponderExcluirmt fofo e super inteligente...há pouco tempo assisti uma montagem de Fausto no teatro...mt bom né?
Ai e essas fotos?
Que tudo! hehehehe
Bjs!
Oi Andreza!!!
ResponderExcluirJá sigo seu blog há um tempinho, e A-DO-RO, (apesar de ainda não ter comentado, pois sempre que eu ia fazer ocorria algum problema e o comment nao era aceito, acho que pq eu usava o Explorer O.o)
Ai, Fausto é maravilhoso!!!!!!!! <3
Saudações!