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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Soneto ascoroso




Apenas um pequeno prólogo para explicar minha escolha nesta postagem:

Estava pensando em fazer uma postagem de Dia dos Namorados, mas achei que se colocasse coisas bonitinhas, agradáveis e açucaradas estaria sendo hipócrita e clichê. Resolvi então chocar meus leitores com um poema verdadeiro, cru, algo que os ponha a ver o lado oculto por debaixo da idealização amorosa.

Para os que acharem que isso é pura frustração de minha parte devido às minhas -muitas- desilusões amorosas, vos digo: De qualquer forma essa postagem seria mais interessante a essa data do que Álvares de Azevedo, não concorda? Pelo menos é fruto de originalidade e ímpeto de uma jovem mulher.

Divirtam-se, e feliz Dia dos Namorados, leitores.

Saudações,
Carolina M.


Piolhos cria o cabello mais dourado;
Branca remela o olho mais vistoso;
Pelo nariz do rosto mais formoso
O monco se divisa pendurado.

Pela bocca do rosto mais corado
Halito sae, às vezes bem ascoroso; [pronuncia-se "ascroso"]
A mais nevada mão sempre é forçoso
Que de sua dona o cu tenha tocado.

Ao pé delle a melhor natura mora,
Que deitando no mez podre gordura,
Fetido mijo lança a qualquer hora.

O cu mais alvo caga merda pura:
Pois si é isto o que tanto se namora,
Em ti mijo, em ti cago, ó formosura!


Este soneto, às vezes atribuido ao Abade de Jazente,
é, por sua vez, variante dum outro,
de autor anonimo do seculo XVII: