Caros,
O poema que vos trago foi escrito tendo por
inspiração um amigo que só consigo descrever como fascinante. Uma alma sensível,
um semblante impassível e uma personalidade um tanto interessante, em suas
qualidades e defeitos!
O escrevi duma só
tirada, no dia 19/07/2012, véspera do Dia do Amigo, mas só tive coragem de
mandar para ele no dia 20 de Agosto, 1 mês depois! (tenho o hábito de destruir meus escritos por achá-los indignos de serem lidos por outrem)
Tem influências do Romantismo pois é o estilo ao qual mais me afeiçoei desde sempre. Não tem métrica nem rimas pois não tenho competência suficientes para fazê-los, meus poemas são "prosa em verso"
Ei-lo:
A um amigo
Meu caro, para quê lhe servem tão belos olhos
Se me é impossível ler a alma
Que se esconde aí por detrás?
Nunca consigo saber no que pensas
O que sentes ou pretendes:
Em teus negros olhos encerras o mistério.
Teu sorriso é o mais belo já exibido por mortal.
Se não consigo fazê-lo sorrir – Ai de mim!
Meu coração se inquieta e tortura.
Não sei que transmutação se passa em minh’alma
Ao ouvir tua doce e confortante voz.
Talvez a alquimia resida nela, e não em mim.
Teus nobres gestos, tuas maneiras e a
Leve melancolia de tua fronte me lembram
Os heróis saídos da pena de Byron.
A melancolia que me torna o humor inconstante
E para a qual nunca encontrei remédio
Sublima quando me falas, me escreves, ou me olhas.
Quando percebo minha pálida e fria mão
Retida entre as tuas, fortes e protetoras
Sinto-me confortada enquanto dura o gesto.
Não sei o que sinto – talvez me seja um vício
(Já que me confunde os sentidos e rima com teu nome)
Como para o poeta de outrora
O absinto ou o ópio.