quinta-feira, 3 de junho de 2010

Fleur exotique - Armand Renaud

Meus fiéis seguidores,

Aproveitei o feriado para fazer mais uma postagem no "Sementes", e como acordasse disposta a tal, apresento-lhes mais uma tradução de minha autoria, desta vez de um poema em francês de Armand Renaud (1836-1895), em estilo Orientalista, aproveitando para expôr algumas pinturas no mesmo estilo.

Bonne lecture, mes amis!


Flor exótica



Você deseja esse corpo lânguido e forte a tempo,

Feito o de um anjo místico e o de um belo animal,

Esses cabelos escuros, contrastam com o palor do torso,

Esses grandes olhos repousam em sua calma habitual.


Mas você não sabe se todo esse conjunto

De viçosa carne em cálice de aromas,

Vem do profundo do ser, ou só se estende à casca!

Não saberá jamais, a ciência é o mal!


Um alaúde entre os dedos, evitando o peso de um véu,

Deixe-a em sua alcova que a noite torna estrelada,

Das angústias do coração cantar o Réquiem.


Ela vem do Oriente onde o amor e o mistério

Não procuram senão o êxtase, e deixe-a calar,

O enigma feminino recendendo no harém.



Fleur exotique


Vous désirez ce corps langoureux dans la force,
Fait d’un ange mystique et d’un bel animal,
Ces cheveux bruns, contraste à la pâleur du torse,
Ces grands yeux reposant dans le calme normal.

Mais vous ne savez pas si toute cette amorce
De chair épanouie en calice aromal,
Vient du profond de l’être, ou ne tient qu’à l’écorce !
Ne le sachez jamais, la science est le mal !


Un luth entre les doigts, fuyant le poids d’un voile,
Laissez-la, dans la nuit du boudoir qu’elle étoile,
Des angoisses du cœur chanter le Requiem.

Elle vient d’Orient où l’amour est mystère.
N’y cherchez que l’extase, et laissez-la se taire,
L’énigme féminine aux senteurs de harem.


Armand Renaud


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